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O religioso, o descrente e o unificado. Quem está certo? Qual a melhor maneira de ver o Natal?

23/12/2011 08:15

O que aconteceria se pudéssemos reunir três tipos diferentes de opiniões e debatê-las abertamente? Sem nenhum medo ou insegurança?

Será iniciada uma conversa única, sobre um tema muito importante para a humanidade, o Natal.

O unificado: Senhores sentem-se, começaremos agora um debate que irá gerar as mais diversas reações em todos que se envolverem, estão dispostos a fazer isso?

O religioso: Sim, sei que no final veremos que nada é mais importante do que ver o Natal como a representação do amor de Deus pelo homem, nos trazendo seu filho para nos salvar.

O descrente: Lógico,está mais do que na hora de mostrar que tudo o que foi dito até hoje, nada mais é do que um grande conto de fadas.

O unificado:: Ótimo, vamos começar. Religioso, você primeiro.

O religioso: Percebemos que desde que o Natal cristão surgiu, as mudanças vem ocorrendo no coração das pessoas e em seus sentimentos. Pois, nessa época, percebemos que as pessoas se ajudam, se amam mais, se respeitam mais.

O descrente: Sim, as pessoas da Idade das Trevas que o digam. O cristianismo surgiu a fim de implantar uma concepção, muitas vezes utilizando a força bruta para tal. Utilizemos o exemplo dos índios das colônias portuguesas e espanholas, Astecas, Incas, Tupis, etc. Foram massacrados por não acreditar em um Deus que, por amar tanto sua criação, inundou o mundo para matá-los.

O religioso: Deus criou os homens para se respeitarem e se amarem como irmãos, o dilúvio foi uma prova de que os homens não estavam seguindo nenhuma dessas premissas e os poucos que seguiam, como o caso de Noé, foram poupados.

O unificado: Vamos nos basear nos fatos: é fato que o Natal cria toda uma sensação de bem-estar e benevolência nas pessoas. Também é fato que, em qualquer que seja a religião, uma implantação, várias vezes, se dá de forma hostil, temos o exemplo dos persas que conquistaram quase meio mundo e impuseram seu modo de pensar. Isso não ocorreu somente no cristianismo, mas ocorreria sim em qualquer outra situação, seja na religião, na guerra, em disputas comerciais, etc. O dilúvio não é, vamos dizer assim, uma “pratica” cristã somente. Existem citações em diversas religiões de dilúvios que visavam excluir os impuros da Terra. Vamos falar das questões históricas.

O religioso: O Natal marca o nascimento de Cristo, o maior ato de amor de Deus, nos dando seu filho para nos salvar, nos dar esperanças. A data de seu nascimento é dia 25 de dezembro. E é tão importante que o calendário ocidental se dividiu em duas eras: Antes de Cristo (A.C.) e Depois de Cristo(D.C.). Seus ensinamentos são ouvidos até hoje e as pessoas se emocionam com eles.

O descrente: Sim, Deus amou tanto a humanidade que deu seu único filho para ser humilhado e crucificado pelos humanos. Sua data, 25 de dezembro, foi uma data fixada muito depois do nascimento de Cristo, isso se ele realmente existiu, ela é baseada em comemorações pagãs. Quando o cristianismo foi sendo imposto, rapidamente precisaram de uma data para seu nascimento, temendo que não fosse aceito, decidiu-se utilizar uma data onde já eram comemoradas outras festas. Assim ficou muito mais fácil sua aceitação.

O unificado: O nascimento de Cristo, certamente, foi crucial para a palavra de Deus. Mas será que ele foi o único? As comemorações pagãs das quais o Descrente se refere são comemorações celtas, egípcias, hindus. O Deus egípcio Hórus, nasceu no dia 25 de dezembro, de uma virgem. Krishna, entidade hindu, nasceu da virgem Devaki, no mesmo dia. Todos nasceram no mesmo dia, porém em épocas diferentes. Seriam novas religiões surgindo ou, apenas, religiões que são “recicladas” e lançadas às pessoas?

O religioso: Definitivamente, apesar de terem pontos próximos, cada religião, independente da época, define características próprias e abordam temas referentes à vida de diferentes formas.

O descrente: Como mencionei no começo, não passa de contos de fada. Ouça esse exemplo: Se eu der a um cristão um exemplar do Bhagavad Gita, ele me dirá que o que está escrito não é nada mais do que histórias mirabolantes e bem fantasiosas. Vimanas, os carros voadores dos Deuses, isso só pode ser piada. Se eu entregar um exemplar da Bíblia para um hindu, ele me dirá que irá utilizar aqueles textos para contar os contos de fadas do ocidente para os seus filhos dormirem. Como é possível que existam tantos Deuses diferentes e que sejam tratados como historinhas pelas outras pessoas? O mais provável é que, para camuflar uma certa insegurança das pessoas, são criadas imagens onde elas podem se apegar e depositar esperanças, mesmo que sejam falsas.

O religioso: Sei respeitar as demais religiões, sei que as pessoas não concordam em muitas coisas, mas praticamente todos vão concordar com isso: existe algum Deus que nos criou e nos fez para convivermos em paz.

O unificado: Não haveria tantas religiões se não houvesse algum Deus, ou Deuses, verdadeiros. E o fato de haver tantas religiões ligadas ao 25 de dezembro, tantas lendas e histórias envolvendo essa data dá muito mais certeza disso. O importante é: que Deuses nós vamos negar? Se aceitarmos o Cristianismo, negamos os gregos, consequentemente os romanos, os egípcios, hindus, persas, nórdicos, etc. No final apenas nos tornamos menos descrentes do que os que negaram todos.

O religioso: Mas ainda sim não tiramos a importância da data, independente da religião que se segue, o 25 de dezembro sempre causa uma mudança comportamental nas pessoas, em suas atitudes, sua maneira de pensar. E, em todo o caso é melhor acreditar em pelo menos um do que negar todos. Milhares de anos de histórias, passadas de geração em geração. Lendas que mudaram o curso do mundo, que moveram pessoas pela fé. Negar todas as religiões é, portanto, negar toda a história da humanidade.

O descrente: O fato de negar todas as religiões pode ser mais benéfico do que imaginam. Vocês falaram da história da humanidade, mas quantas guerras poderiam nem ter acontecido se não houvesse religião? Quantas pessoas não morreriam pelo nome de um Deus que, no final, foi vencido por outro que teria mais fiéis. Suas mortes foram em vão. O 25 de dezembro cria, realmente, um modo de pensar diferente nas pessoas. Mas, porque é necessária uma data para que as pessoas possam agir dessa forma? Não poderiam, simplesmente, ser assim durante todo o ano? Isso que eu não consigo suportar. Bem, cada pessoa possui uma forma de ver o mundo e de enfrentá-lo. Talvez, para isso, deve-se criar histórias diferentes que expressem esses diferentes pontos de vista.

O religioso: O fato de acreditar que Jesus nasceu no dia 25, e não Hórus, não tira a transformação que ocorre nas pessoas. Assim, podemos conviver com pessoas diferentes, de diversas crenças, que vem tudo de forma diferente.

O unificado: Muito bem, não devemos apontar quem é ou não verdadeiro ou existente, devemos perceber o quanto isso nos pode fazer bem: conviver com as diferenças e nos tornar melhores.

E você? O que pôde tirar deste debate? É possível que exista uma frente verdadeira? Todas são verdadeiras de certo modo? O 25 de dezembro influencia na vida de todos. Como ele influencia na sua?

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